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Liderança Hackeie-se (Go hack yourself)!

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Esse foi o tema da palestra apresentada por Jean François Noubel na conferência global para coaches realizada pela International Coach Federation em Wasington D.C. em agosto deste ano: o Converge 2017. E por que hackear-se*? Para perceber o que se passa dentro de você, verdadeiramente, e poder agir de acordo com o que você é, na essência.

Segundo a wikipedia, hacker é um indivíduo que se dedica, com intensidade incomum, a conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos, programas e redes de computadores. Por conta desses conhecimentos, um hacker frequentemente consegue obter soluções e efeitos extraordinários, que extrapolam os limites do funcionamento “normal” dos sistemas como previstos pelos seus criadores; incluindo, por exemplo, contornar as barreiras que supostamente deveriam impedir o controle de certos sistemas e acesso a certos dados.
Lembrando de um filme que impressionou a muitos de nós, hackear a si mesmo seria como romper com os códigos da Matrix. O tema de Noubel é fundamentado na observação de que, o esforço crescente que indivíduos têm direcionado a processos de autodesenvolvimento e evolução não resulta diretamente na evolução dos grupos em que atuam. O que ocorre, segundo esse especialista em inteligência coletiva, é que o indivíduo retoma os padrões antigos quando age em grupo. Há muitos nomes para esse movimento e eu uso o “download”. E a nomenclatura, de fato, é o que menos importa. O próprio Noubel, em seu perfil no Linkedin, diz ter abandonado rótulos como CEO, diretor, consultor, professor porque “eles não funcionam mais”. O que importa é estar consciente de que a Matrix, ou melhor, os padrões, sejam eles quais forem, serão imediatamente “baixados” quando o indivíduo conectar-se ao grupo.
Como nossas melhores possibilidades de evolução estão nas conexões que estabelecemos, só nos resta aprofundar as conexões e hackear os códigos do sistema que insistem em determinar a nossa forma de atuar no mundo. É um paradoxo, mas o que, no cenário em que atuamos hoje, não é paradoxal? Ampliar a consciência acerca da arquitetura do sistema e das suas influências sobre a forma como cada um atua nele é a maneira de interagir com tudo e todos de forma a descobrir formas de viver melhor.
Noubel adotou para si e difunde várias táticas em busca de contribuir para essa transformação social. Depois de especializar-se em inteligência coletiva deixou os títulos de lado prefere identificar-se pelo que, hoje, é sua missão: “Eu treino líderes em evolução para construir organizações iluminadas em escala global, e ajudo desbravadores a se tornarem grandes artistas em evolução”.
Aliás, usar o verbo ser para descrevê-lo é como trai-lo, porque ele baniu o verbo de seu discurso, para evitar retomar padrões quando atuando em grupos, palestrando e disseminando novos conceitos. Além de estimular o surgimento de novos hackers de si mesmo, Noubel faz outros convites como o de respirar antes de falar gerando diálogos de mais qualidade e ampliar espaços para a economia da dádiva (gift economy). “Coragem e perseverança são determinantes para desenvolver o humano”, enfatiza.

* O verbo parece feio? Veja a conjugação… https://www.conjugacao.com.br/verbo-hackear/)

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